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Juliana Cesar Nunes ainda na  universidade já se interessava por investigação

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Juliana Cesar Nunes é graduada  e mestre em Comunicação Social pela Universidade de Brasília (UnB). Também possui especialização em Saúde Pública e Bioética pela mesma instituição. Trabalhou no Correio Brasiliense e nas assessorais da UnB e do Ministério da Justiça e atualmente está na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Nunes já recebeu diversos prêmios na área, entre eles: Jornalista Amiga da Criança (2012), 30º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos (2008), categoria internet. Também foi vencedora da categoria rádio do Concurso Tim Lopes de Investigação Jornalística, edição 2008. Juliana Faz parte da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do DF (Cojira-DF).

A paixão da repórter pelo jornalismo investigativo surgiu ainda na Universidade. Segundo ela, a instituição a enviou para Goiás Velho, para produzir uma reportagem especial como estudante de comunicação. A partir daí ela começou a se interessar pela notícia mais aprofundada. “Foi nessa disciplina que comecei a descobrir o que gostava de fazer”, afirma. Embora goste das coberturas factuais, Juliana procura ir além, fazer o factual sob outra ótica. Para a jornalista, a definição de jornalismo investigativo é muito ampla, mas, em poucas palavras, diz, é quando o repórter consegue ir além da pauta diária.

Sua entrada de vez no jornalismo investigativo aconteceu logo depois de formada, quando participou de um projeto que foi vencedor do Prêmio Tim Lopes de Investigação, realizado pela ANDI - Comunicação e Direitos. O objetivo da reportagem foi retratar a vida dos abusadores e vítimas depois de 10, 20 anos após a violência cometida e sofrida. Esse momento foi marcante na vida da repórter, devido a profundidade do tema. Para ela, fazer as vítimas relembrarem do caso não foi nada fácil. Na ocasião, inclusive, foi necessária a presença de psicólogos para evitar que as fontes revivessem o abuso sofrido.

 

No Brasil, a maioria das matérias jornalísticas de cunho investigativo está relacionado a questões políticas. Juliana, contudo, procura mostrar vertentes diferentes na produção de suas matérias . Exemplo disso, foi a reportagem  - coordenada por ela - que ganhou o prêmio Tim Lopes. A reportagem – produzida por ela e sua equipe – apontou que o País sede da Copa do Mundo de 2014, o Brasil, estava violando direitos humanos por causa do evento esportivo.

Quando perguntada sobre o furo jornalístico, Nunes fala que é importante tanto para a empresa quanto para o profissional. Mas que isso tem de ser feito com ética, ou seja, não deve ser conquistado a qualquer custo. De acordo com ela, a EBC tem algumas regras, inclusive sobre a informação que é dada em Off. “É preciso ter cuidado com as informações exclusivas em off. As fontes, às vezes, podem te manipular”, alerta.

Outro ponto que a jornalista explica na entrevista é o processo da matéria jornalística no rádio. Uma reportagem investigativa para os ouvintes tem as mesmas características que no impresso e na internet. Juliana ressalta, que no rádio, é preciso a participação desde o pauteiro até um bom sonoplasta na construção da reportagem. “O jornalismo Investigativo no rádio não se faz apenas com o repórter. É preciso uma equipe muito grande imbuída na missão”, conclui. 

O uso da câmera escondida e do microfone oculto, contudo, geram debates por boa parte dos profissionais de comunicação. Alguns são a favor, outros contra. Nunes compactua da mesma linha do manual de instrução da EBC, que defende a utilização da câmera escondida de forma restrita. Mas, ao mesmo tempo em que é contra o seu uso, ela diz que cada caso deve ser pensado de formar particular. E que é importante analisar a situação. “Tem determinadas pautas que é preciso utilizar a câmera escondida. Se não for dessa maneira, o repórter não consegue mostrar os registros e comprovar aquela investigação. Mas, é preciso ser analisado pois cada caso é um caso”, afirma a repórter.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Afonso Ferreira, Guilherme Melo e Rayla Alves

Vencedora do prêmio “Tim Lopes de Investigação” fala da paixão pelo jornalismo investigativo

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