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Jornalismo X Investigação

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Ricardo Kotscho começou na carreira ainda garoto, em 1964, e se destacou rapidamente trabalhando nos principais veículos de comunicação do país (jornais, revistas, redes de televisão e portais).

Sua primeira grande matéria, a cobertura de um desabamento que matou 400 pessoas em Caraguatatuba, em 1967, já trazia as marcas que caracterizariam sua atuação como repórter: histórias humanas narradas por personagens reais, que revelam as mazelas sociais e políticas brasileiras.

Nos mais de 50 anos de atuação o jornalista é do tempo em que a profissão não tinha adjetivos. Em poucas palavras o profissional define o que o jornalismo investigativo significa para ele. “Todo trabalho jornalístico é, por essência, investigativo no sentido de descobrir, apurar e organizar informações. Da mesma forma que existe a investigação científica, policial, antropológica, mineral, etc.", enfatizou.

Em 1977, uma série de reportagens coordenada por ele e publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, com o título “Mordomias”, sobre gastos, compras e hábitos dos políticos do país, desagradou os militares. Mas lhe rendeu o primeiro prêmio Esso de sua carreira (ele conquistou três). Depois da publicação da matéria foi para a Alemanha, onde trabalhou dois anos como correspondente do Jornal do Brasil.

"Nunca dei minha vida por um furo. A notícia exclusiva é consequência de um trabalho exaustivo e permanente, não é planejada

De volta ao Brasil, ainda sob regime militar, se deparou com o renascimento do movimento sindical no ABC paulista e passou a cobrir as primeiras greves operárias desde o recrudescimento da ditadura, em 1968, e as enormes manifestações no estádio Vila Euclides, em São Bernardo. Conheceu o líder do movimento, Luiz Inácio Lula da Silva, futuro presidente do Brasil, de quem se tornou amigo e que o nomearia secretário de imprensa e divulgação da presidência, entre os anos de 2003 e 2004.

"Jornalista tem que ter ética, ser honesto, nunca abrir mão dos seus princípios, qualquer que seja o cargo, função ou empresa em que trabalhe"

Atualmente trabalha como comentarista político da Record News, além de ser repórter especial da revista Brasileiros e blogueiro (“Balaio do Kotscho”, no portal r7). Tem 20 livros publicados entre eles, “A prática da Reportagem” (Editora Ática) e “Do golpe ao Planalto - uma vida de repórter” (Companhia das Letras).

Para o jornalista que acumula em seu currículo vários prêmios de jornalismo, entre eles 4 Prêmios Esso, não há um manual para se fazer jornalismo investigativo. "Não há receitas nem fórmulas. Para ser jornalista é preciso, antes de mais nada, ter caráter. O resto a gente aprende com o tempo", explica o profissional renomado.

Por Afonso Ferreira, Guilherme Melo e Rayla Alves

Fazer jornalismo é fazer investigação? Um dos nomes mais conhecidos da reportagem brasileira, Ricardo Kotscho, dá sua opinião

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